sábado, 28 de novembro de 2009

Racionamento de água e mudanças climáticas



Com informações do blog Ciência e Meio Ambiente JC

Moradores de Olinda, Abreu e Lima, Igarassu e Paulista e membros da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) discutem neste sábado (28), a partir das 9h, o racionamento de água na Região Metropolitana Norte. O debate é aberto ao público e acontece na Biblioteca Pública de Olinda, localizada na Avenida Liberdade, 100, no Carmo. O evento serve para que a população esclareça as dúvidas em relação à necessidade e aos motivos do racionamento nessas cidades. De acordo com a Compesa, a região poderá sofrer um racionamento de água nos próximos quatro anos por fatores diversos, entre eles as mudanças climáticas. Durante o debate, serão explanados os motivos da escassez e as possíveis soluções para o problema. Colaboração de Gustavo Maia, de Cidades/JC.


Postado por: Pedro Albuquerque

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Atividade de sexta-feira

Infelizmente, nossa atividade do orelhão de sexta-feira, dia 27, não irá mais acontecer.
Mas ainda faltam 10 dias para a reunião e você pode continuar ligando, de onde estiver, para o gabinete do presidente Lula:

Gabinete Pessoal do Presidente da República
Chefe do Gabinete Pessoal: Gilberto Carvalho
(61) 3411 1200 / (61) 3411 1201


Assessoria Especial do Gabinete Pessoal do Presidente
Assessor: Selvino Heck
(61) 3411 2403 / (61) 3411 2182

Ligue e deixe seu recado!
Peça para ele ir pessoalmente à Copenhague salvar o clima, desmatamento zero até 2015, mais energias renováveis e proteção dos oceanos!

Por Marcela Machado

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Brasil pode perder R$ 3,6 trilhões por causa do aquecimento global



Foram divulgados dados alarmantes para economia brasileira onde o aquecimento global será muito prejudicial ao tão sonhado crescimento econômico sem preocupação com impactos ambientais. Infelizmente esse modelo de desenvolvimento tem sido o carro chefe dos últimos anos no país.

O dado faz parte do estudo Economia das Mudanças do Clima no Brasil, que reuniu equipes de instituições reconhecidas como USP, UFRJ, Unicamp e Embrapa.

Não deixe de ler no site do jornal Estadão.

Ligue para o gabinete do presidente Lula e ajude-o a lembrar que sem um compromisso sério em Copenhagen o futuro do crescimento econômico também vai ficar muito ruim.



Postado por: Pedro Albuquerque

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Programe sua agenda para ligar pro Lula e Obama!



É agora ou agora!!!

Faltam menos de uma semana para a Conferência do Clima da Onu em Copenhagen e chegou a hora de você fazer a pressão final para Lula e Obama assumirem um compromisso sério. Lula já confirmou que estará lá mas ainda não prometeu zerar o desmatamento da amazônia. Obama chegou com a história de sim, nós podemos (yes, we can) e agora tá falando que só pode ano que vem.

Pegue o telefone e ligue para essas pessoas que podem decidir o seu futuro, o dos seus filhos, netos e de toda humanidade. Façam eles entender que Salvar o planeta, é agora ou agora!

Confira onde o orelhão do greenpeace estará para você poder ligar:

23/nov (segunda)
10h – 12h - Mercado São José
14h – 17h - Praça do Diário

24/nov (terça)
10h – 12h - UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco)
14h – 17h - Praça Maciel Pinheiro

25/nov (quarta)
10h – 12h - Shopping Recife
14h – 17h - Shopping Recife

26/nov (quinta)
10h – 12h - UFRPE – próximo ao CEGOE
14h – 17h - UFPE – frente ao CFCH

27/nov (sexta)
10h – 12h - Praia de Boa Viagem (em frente ao Ed. Acaiaca)
14h – 17h - Praça do Derby


Postado por: Pedro Albuquerque

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mais um remendo no Código Florestal não é a solução!


Foto: Valter Campanato/ABr


CARTA ABERTA AO MINISTRO DO MEIO AMBIENTE CARLOS MINC


Senhor Ministro,

Os esforços empreendidos por Vossa Senhoria para assegurar que o Brasil assumisse compromissos concretos de redução de emissões de gases efeito estufa são louváveis. Do mesmo modo, a redução da taxa de desmatamento da Amazônia é um resultado concreto que coloca o Brasil em excelentes condições de liderança no que diz respeito à Convenção de Mudanças Climáticas. Esse resultado só foi possível pelos esforços empreendidos pelo governo no sentido de fazer valer a legislação florestal.

Por essa razão nos causa imensa preocupação a noticia divulgada pela imprensa sobre um acordo feito no âmbito do Governo Federal para modificar o Código Florestal por meio de uma Medida Provisória (MP). Além de ser um meio inapropriado para tratar de um tema tão complexo e importante como a alteração da legislação florestal, o conteúdo desse acordo é inaceitável, pois quebra alguns dos pilares básicos da legislação, incluindo pontos que V. Sa. havia assegurado que jamais seriam aceitos por parte desse Ministério, como a compensação de reservas legais em locais a milhares de quilômetros da área onde deveriam estar, ou a recuperação dessas com espécies exóticas, dentre outros.

O acordo feito, se transformado em lei, irá jogar por água abaixo os esforços de recuperação ambiental em boa parte do território nacional, onde vive a maior parte da população brasileira, e permitir a ocupação desordenada de áreas ambientalmente sensíveis, o que contribuirá para a perpetuação de eventos como as enchentes e desabamentos de Santa Catarina.

Um tema de tamanha relevância para o desenvolvimento do país não pode ser decidido dessa forma, por via de MP, sem a participação aberta e transparente da sociedade. O Congresso Nacional tem discutido esse tema em diferentes fóruns, promovendo o debate com os diversos setores envolvidos, e é dessa forma que o assunto tem que ser conduzido. Uma MP publicada agora, além de atropelar as iniciativas já em curso no Congresso Nacional, nivelará por baixo a discussão, pois seu rito de aprovação impede qualquer discussão mais profunda, já que a votação acontecerá em plena virada do ano e já na corrida eleitoral, o que coloca em risco qualquer texto que seja definido agora.

Diante do exposto, requeremos a V. Exa. que cumpra com o compromisso assumido perante as ONGs e movimentos sociais desde o princípio do ano e evite que o Código Florestal seja mais uma vez remendado por meio da edição de uma MP, sobretudo para derrubar pontos centrais como a reserva legal, o uso de APPs e o tratamento diferenciado para a agricultura familiar. Por outro lado, reforçamos nosso interesse em trabalhar pela aprovação de uma nova legislação florestal que reposicione o Brasil como uma potência mundial em produção de bens e serviços ambientais.

Assinam:
Amigos da Terra – Amazônia Brasileira
Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi)
Conservação Internacional – Brasil
Greenpeace
Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá)
Instituto Socioambiental (ISA)
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam)
Instituto de Estudos Socioeconomicos (Inesc)
Programa da Terra/SP (Proter)
Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA)
SOS Mata Atlântica
The Nature Conservancy (TNC)
Vitae Civilis – Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz
WWF – Brasil



Postado por: Pedro Albuquerque

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Em Porto de Galinhas decisões ameaçam o futuro dos oceanos




Terminou nada bem a reunião da ICCAT em resort em Porto de Galinhas, a comissão falhou de novo em proteger os oceanos.

A Comissão Internacional para a Conservação de Atuns do Atlântico (Iccat) falhou ao ceder aos interesses da indústria pesqueira, alerta o Greenpeace. Novamente aprovou recomendações que não asseguram a recuperação do estoque de atuns-azul, um dos mais ameaçados no mundo.

O ultimo parecer dos cientistas aponta que para recuperar apenas 50% do estoque da espécie até 2023, seria preciso impor uma cota-limite de pesca no leste do Atlântico de até 8.000 toneladas. Mesmo sendo chamados inúmeras vezes para proibir a pesca do atum-azul, a Comunidade Européia, países do Mediterrâneo e Japão pressionaram e conseguiram uma cota-limite de 13.500 toneladas.

“De novo, a Iccat falhou em dar uma chance de recuperação ao atum-azul. E confirmou que os países pesqueiros são incapazes de controlar sua produção,” diz Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace. “O fim da comercialização da espécie é agora a única chance de salvá-lo da extinção”.

Durante o encontro, os membros da Iccat estavam aparentemente desesperados para estabelecer novas cotas-limite a fim de evitar o fim do comércio do atum-azul. No mês passado, o Principado de Mônaco fez uma proposta sobre o tema para a Convenção que determina sobre o comercio internacional de Espécies Ameaçadas (Cites).

Os cientistas da Comissão demonstraram que a população de atuns-azul no Atlântico com capacidade de reprodução é menor do que 15% do que era antes da liberação de sua pesca - o que coloca a espécie dessa região dentro dos critérios do Apêndice I da Cites, o que representa proibir sua comercialização no mundo até que os estoques se recuperem.

Os membros da Comissão também falharam em adotar medidas efetivas de proteção às espécies ameaçadas de tubarão e tartarugas marinhas. Mais uma vez a única coisa com a qual eles concordaram foi em adiar a decisão para o próximo ano.

Acima de tudo isso, e ao contrário da resolução da Assembléia Geral da UN, os membros da Iccat permitiram que Marrocos – continue usando a rede de deriva até 2012. Sabe-se que essas chamadas de ‘muros da morte’ são ilegais e capturam peixes-espadas para o mercado europeu. Anualmente, matam cerca de 4.000 golfinhos e 25.000 tubarões oceânicos no oeste do Mar Mediterrâneo. Esta medida foi fortemente apoiada pela União Européia e Estados Unidos.

A falha da Iccat e de outras organizações de manejo da pesca em assumir a responsabilidade sobre os recursos marinhos não pode ser ignorada. Isso demonstra a necessidade urgente de superar esse modelo fragmentado de gestão para uma governança integrada baseada na precaução, que promova a criação de rede de áreas marinhas protegidas.

O Greenpeace desenvolve uma campanha para a criação de uma rede global de áreas marinhas protegidas, cobrindo 40% dos oceanos. Elas são essenciais para assegurar a saúde dos oceanos e proteger a vida marinha da sobre-pesca e destruição de seus habitats. Oceanos sadios podem também desempenhar um papel vital na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.



Postado por: Pedro Albuquerque

sábado, 14 de novembro de 2009

Pernambuco sedia reunião para conservação do atum

 
     Protesto feito na Korea em 2008

A comissão tem um nome nobre, Comissão Internacional para Conservação de Atuns e Afins (ICCAT em inglês). Na prática tem se mostrado um desastre para os atuns e os oceanos.

Acontece desde o dia 7 deste mês no resort Summerville as reuniões desta comissão que pode decidir o futuro dos atuns. E até agora não postamos nada porque as notícias que vem de lá não são nada boas. Está difícil fazer os representantes dos países somente ouvir o comitê científico. Atender a redução da cota de pesca de atuns parece ser quase impossível quando só se quer enxergar os prejuízos econômicos. Se continuar desse jeito no futuro não vão enxergar nem dinheiro nem atum, pois os peixes caminham para a extinção.

Confira no twitter do greenpeace as notícias que vieram de lá esta semana e as próximas.

Confira também as postagens no greenblog.



Postado por: Pedro Albuquerque

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Audiência pública sobre o projeto "Capibaribe Melhor"


Acompanhamos no blog de Ciência e Meio Ambiente do Jornal do Commercio e reforçamos o convite aqui no blog. Compareça e fique atento aos problemas e soluções ambientais para Recife.

Antes de aparecer na audiência confira a avaliação ambiental feita pela prefeitura.


Postado por: Pedro Albuquerque

terça-feira, 10 de novembro de 2009

E os pernambucanos querem usina nuclear?



Está estampado na capa de hoje do Diario de Pernambuco o desejo do governador Eduardo Campos (ex-ministro ciência e tecnologia que impulsionou a energia nuclear em Angra) em ter uma usina nuclear no estado.  A guerra entre os estados do nordeste, segundo versão eletrônica do jornal, é para conseguir 7 bilhões em investimentos e geração de seis mil empregos. Outras fontes de energia como a solar e eólica que, por sinal tem um grande potencial no nordeste, também poderiam gerar energia e empregos se houvesse investimento nessas matrizes.

Vários países tem desistido de suas usinas nucleares por perceberem que é uma energia cara, suja e perigosa. A própria França que é quem vai nos vender a tecnologia tem um histórico de fracassos nucleares. O ministro Edison Lobão não deve estar sabendo desses fracasssos pois afirmou que "Vários países estão ampliando suas matrizes com usinas nucleares porque é uma energia firme, limpa e sem riscos de natureza nenhuma". Talvez alguma força demoníaca esteja impedindo o ministro de lembrar de Chernobyl e o caso do Césio 137 em Goiania-GO, como bem lembrou o próprio jornal.

O Brasil precisa perceber que o futuro exigirá energias renováveis e que a energia nuclear é cara, suja e perigosa. Conheça mais sobre nuclear em nosso site.



Postado por: Pedro Albuquerque

domingo, 8 de novembro de 2009

Deputado quer sementes estéreis e fim da rotulagem de transgênicos




As polêmicas em torno da Lei de Biossegurança, editada em 2005, devem recomeçar na Câmara dos Deputados. Um projeto de lei apresentado pelo deputado Cândido Vaccarezza (SP), pretende alterar a lei ao prever autorização para a chamada tecnologia genética de restrição do uso (GURT, na sigla em inglês) e a eliminação da rotulagem de produtos transgênicos por meio de símbolos ou expressões que induzam a “juízo de valor”. (...)

A tecnologia permite a geração de plantas transgênicas estéreis e a manipulação genética de ativação e desativação de genes ligados à fertilidade. Na prática, o GURT impede os produtores de plantar grãos reservados de colheitas anteriores, situação bastante comum no Sul do país -- são as chamadas sementes “salvas”, cuja fatia de mercado tem sido reduzida pelo uso de sementes transgênicas “comuns”.



Não é a única tentativa de retirar um direito básico do consumidor, saber o que está comprando. Também estamos acompanhando o PL rotulagem zero ou PL 4148/2008 do Deputado Luiz Carlos Heinze que pretende praticamente acabar com a rotulagem de produtos transgênicos.

Os deputados que deveriam estar do lado da população estão jogando no time das multinacionais e lutando pelo rebaixamento da rotulagem de produtos transgênicos.



Postado por: Pedro Albuquerque

sábado, 7 de novembro de 2009

A voz do Xingu



Este vídeo foi exibido essa semana pelo Greenpeace, em Brasília.
A projeção foi feita na parede frontal do Ministério do Edson Lobão, o Ministério de Minas e Energia, para mostrar a indignação dos índios com a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, na Volta Grande do Rio Xingu. A hidrelétrica de Belo Monte é uma obra do PAC e trará impactos para os povos indígenas.

Postado por Marcela Machado

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Nosso clima, sua decisão




Esta foto foi tirada hoje em Barcelona na Espanha onde acontece a última rodada de negociações preparatórias para a conferência pelo clima da Onu (COP15). Nossos ativistas tentaram mostrar o cenário futuro das mudanças climáticas aos líderes globais se um compromisso sério não for assumido na COP15 no final do ano.

As notícias que chegam de Barcelona até agora não são nada animadoras. Confira reportagem do Estadão online.


Indefinição de meta brasileira frustra ONGs em Barcelona
O resultado da reunião de terça-feira (3) em Brasília - ou melhor, a falta de um resultado - frustrou ambientalistas brasileiros em Barcelona, onde ocorre esta semana a última reunião preparatória para a cúpula do clima de Copenhague, no mês que vem.

"Perdemos mais uma oportunidade de mostrar liderança no combate às mudanças climáticas", disse o diretor de Conservação da ONG WWF-Brasil, Carlos Scaramuzza.

Para Gaines Campbell, da organização Vitae Civilis, a ministra Dilma Rousseff saiu enfraquecida da reunião, já que não conseguiu impor sua posição, contrária a uma meta de redução do crescimento de emissões - como defende o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

"Se era para (a Dilma) bater o martelo, isso não aconteceu", disse Campbell. A frustração, segundo ele, também foi sentida nas delegações de outros países em Barcelona, que esperavam conhecer ontem a posição brasileira para Copenhague. "A bola murchou completamente."

"O Brasil está dando um péssimo exemplo", disse o representante do Greenpeace para a Amazônia, Paulo Adário. "Enquanto os africanos estão botando o pé na porta, o Brasil continua fazendo jogo de cena", completou, referindo-se ao ultimato dado pelo Grupo dos Países Africanos ontem em Barcelona.

Eles abandonaram as negociações sobre Copenhague e disseram que só voltariam para a mesa depois que os países desenvolvidos apresentassem suas metas de redução de emissões. Os números ainda não apareceram, mas ao menos chegou-se um acordo de que 60% do tempo restante das negociações será dedicado exclusivamente a esse tema.

"Estamos num jogo de pôquer em que ninguém quer mostrar suas cartas", disse Scaramuzza. "Só que o jogo está acabando, e se as cartas não aparecerem todo mundo vai perder. Falta um pouco de ousadia (da delegação brasileira)."

"Fica um esperando o outro fazer alguma coisa e ninguém faz nada", completou Adário. "Não é hora de ficar jogando pôquer, estamos no meio de uma emergência."

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Já deixou seu recado pelo clima?




O que você gostaria de dizer cara a cara para os líderes representantes dos países na Conferência da Onu pelo Clima (COP15) em Copenhagen?

Acesse já nosso site http://www.action-pact.org/ e mande a sua caixa protesto com a sua foto e seu recado!

Faça a sua parte! Mande sua caixa e adote hábitos que não agridam o meio ambiente.



Postado por: Pedro Albuquerque e Rafaella Pontes

domingo, 1 de novembro de 2009

Armadilha do desenvolvimento



Embalada por promessas de desenvolvimento econômico, a cidade de Santa Quitéria, com 44 mil habitantes, no sertão do Ceará, comemorou em junho a parceria entre a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a indústria de fertilizantes Galvani. As duas empresas querem explorar urânio e fostado da jazida de Itataia, localizada no município.

Uma rápida análise dessa empreitada, no entanto, é suficiente para se perceber que não há motivos para comemorações. O projeto Santa Quitéria promete gerar três mil empregos diretos e indiretos, de acordo com a Galvani. A empresa não especifica quanto é mão-de-obra local.
“Quando estivemos em Caetité (BA), percebemos que os funcionários de alto escalão eram de fora. Para a comunidade local restaram os postos mais perigosos, principalmente aqueles que exigem contato com o material radioativo” afirmou André Amaral ,coordenador da campanha de nuclear do Greenpeace. O mesmo é esperado para a pequena cidade do sertão cearense.

Itataia é um antigo sonho da INB. Em 2004, a estatal tentou driblar a legislação que determina ser o IBAMA o órgão responsável pelo licenciamento de qualquer empreendimento nuclear e conseguiu uma autorização da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE) para operar em Santa Quitéria. A estratégia foi barrada por uma ação do Ministério Público Federal, que suspendeu o documento estadual no ano seguinte. “O meio ambiente e a legislação não podem ser postergados em defesa do desenvolvimento econômico” diz o procurador Ricardo Magalhães, que acompanha a ação.

Aquela não foi a primeira vez que a INB tentou encontrar brechas na legislação para não cumprir suas obrigações. Após nove anos de exploração, a mina de Caetité ainda não tem uma autorização definitiva de operação porque não apresentou pesquisas sobra a saúde dos trabalhadores e da população local. Nisso, a INB conta com a cumplicidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O órgão que autoriza e fiscaliza atividades nucleares renova regularmente a autorização de operação inicial, que deveria ser utilizada apenas para testes.

A produção atual da mina de Caetité é suficiente para estabelecer as usinas Angra 1 e 2 e com a duplicação anunciada para o próximo ano poderá suprir também Angra 3. O projeto Santa Quitéria será provavelmente para abastecer o mercado internacional.

A maior parte do empreendimento, orçado em 800 milhões, deverá ser financiada com dinheiro público e um pedido de empréstimo de 80% desse valor está sendo estudado pelo Banco do Nordeste

A reportagem tentou entrevistar a CNEN, a IBN e o Banco do Nordeste por duas semanas, sem resposta. No nosso site é possível ler a íntegra das respostas enviadas pela Galvani.

Texto de Vânia Alves
Fonte: Revista Greenpeace, edição de jul/ago/set 2009 

Postado por Marcela Machado