Na última terça-feira (12) de setembro, o Estado assinou embaixo de um grande  medo dos ambientalistas brasileiros e, por outro lado, uma grande expectativa do  governo. Parte do caminho já foi traçado para a instalação da Usina Terméletrica  III, no Porto de Suape, administrada pelo Grupo Bertin. A promessa governista é  de que a usina será a maior do mundo nesse setor, capaz de produzir 1.452  Megawatts por hora, e poderá gerar seis mil e quinhentos empregos diretos e  indiretos. No entanto, a termelétrica será movida a óleo combustível, a matéria  prima mais suja dentre os derivados de petróleo usado para produzir energia,  além de ser o segundo maior emissor de gases do efeito estufa.  Ou seja, a nova  aquisição pernambucana está no topo do ranking dos principais causadores do  aquecimento global.
  
No mesmo ano em que o mundo parou para estudar a importância de fontes de  energias renováveis (solar, eólica, biomassa) e que o Brasil entra mais firme no  debate e reconhecimento internacional, Pernambuco surge na contra mão. A nova  Usina do Estado vale, portanto, uma reflexão: em meio a onda verde que se  espalha no mundo, do que os pernambucanos podem se orgulhar? Até 2009, segundo o  Ibama, restavam apenas 2,5% do que já foi a Mata Atlântica em Pernambuco, além  da devastação das suas florestas naturais e seus manguezais; o Rio mais  importante do Recife, serve, hoje, mais para depósito que para outros fins;   Estima-se que a Usina Terméletrica Suape II (menor que a nova, já tem 70% de sua  obra construída e prevê inauguração em 2012)  emitirá, pelo menos, dois milhões  de toneladas de CO2 por ano, um dos gases protagonistas do efeito estufa. Não  bastassem tantos deleites, a usina mais suja do mundo chegará ao Cabo de Santo  Agostinho.
A novidade do Governo trouxe, também, uma contradição a respeito do seu modo  de funcionamento.  Evandro Miessi Mente, diretor-presidente da Star Energy  Participações – braço de energias fósseis do Grupo Bertin –, afirmou que a  térmica vai gerar energia durante 25% do ano, tempo de sobra para causar danos  irreversíveis no meio ambiente. Já na entrevista coletiva dos governistas  envolvidos no projeto, ficou clara que a Usina só seria usada em situações  emergentes, como no apagão de 2001. Para se ter uma ideia, se a unidade  funcionasse ininterruptamente, seriam oito milhões de toneladas de CO2 por ano.   
Esse tipo de instalação industrial, que produz energia através da queima do  óleo, não tem mais espaço em países desenvolvidos. No próprio Brasil, já se  encontra muitas dificuldades em conseguir licitações no sul e sudeste. A escolha  por Pernambuco parece 
enfim, mais relacionada com a vulnerabilidade dos seus órgãos ambientais e de  fiscalização. Não basta, enfim, ter potencial de sobra em recursos naturais. É  preciso ter, no entanto, potencial para saber aproveitá-los.
                                                                             -  Beatriz Braga
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Nova seleção de voluntários!
A seleção será neste sábado (17)! Maiores informações após o preenchimento da ficha de inscrição!
                                                                  -  Ranni Soares
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