quarta-feira, 28 de abril de 2010

Um hectare de mangue em Suape vale 4,2 milhões de dólares, diz estudo

Matéria do blog de Ciência e Meio Ambiente do Jornal do Commercio.


É do professor da Universidade de Pernambuco Clemente Coelho, especialista em manguezal, a apresentação abaixo. Ele toma por base o documento "Avaliação Ecossistêmica do Milênio" (Milennium Ecosystem Assessment), publicado em 2002 pela ONU. Segundo Clemente, cada hectare de mangue suprimido em Suape vale US$ 4,2 milhões por ano. O cálculo envolve serviços ambientais como pesca, turismo, retenção de carbono da atmosfera, contenção de erosão, filtragem biológica e área de pouso de aves migratórias.

Para o pesquisador, o aterro de quase 900 hectares de mangue no Porto de Suape, previsto em projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa, trará não apenas impactos ambientais, mas também sociais, envolvendo populações riberinhas que vivem da atividade pesqueira na área. Além do mangue, o projeto autoriza a supressão de 17,03 hectares de mata atlântica e 166,06 de restinga, totalizando 1.076,49 hectares de vegetação nativa que darão lugar à ampliação do complexo industrial e portuário, no Grande Recife.

"A supressão levará a um colapso da mesma na região e o desmonte da atividade profissional, reconhecida e regida pelas leis trabalhistas e ambientais. A supressão do manguezal ameaçará sobremaneira a segurança e a soberania alimentar de muitas famílias", alerta.

Clemente também chama a atenção para o risco de alterações hidrológicas e oceanográficas nesse trecho da costa, acelerando o processo de erosão nas praias e, consequentemente, aumentando os custos de contenção desse processo. "Os prejuízos econômicos serão significativos, além daqueles já contabilizados pelas prefeituras como as do Recife e de Jaboatão, nos últimos anos."




Postado por: Michelle Carvalho e Pedro Albuquerque

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