domingo, 24 de março de 2013

O X da questão



  “Vocês não vão conseguir, é impossível”. “Por que insistir em uma coisa tão utópica?”. “Admiro vocês, mas isso não levará a nada”. Sim, escutamos frases dessas quase todas as vezes que vamos às ruas fazer um ponto verde. É normal, isso acontece, e devemos respeitar as opiniões de todos. Mas também temos o dever de não desanimar, de não se deixar abater. Por quê? Porque o “impossível” é só uma questão de perspectiva.
  Para nós, impossível é olhar nos olhos de uma criança e não poder dizer que esse ar que ela respira, esse verde que ela ver e esses animais que ela admira podem estar com os dias contados. Impossível é ver o abuso de poder e a ganância de poucos destruírem o que deveria ser para todos. Impossível é permanecer calado ao ter consciência das atrocidades que acontecem com as pessoas que se opõem a esse sistema de ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’. Impossível é você saber que você pode mudar a situação, mas prefere se calar e assistir.
  O que deveria intrigar não é a minoria que se une para um bem maior, mas sim a maioria que permanece de olhos vendados. Às vezes, procuramos esperança na sociedade em nossa volta, mas esquecemos que a esperança vem de nós mesmos. O que falta para essa semente de esperança germinar? Não sabemos, essa é uma questão muito pessoal. Mas na maioria dos casos o que falta é apenas uma inspiração.
  Então, por que não se inspirar com o simples? Procure ao seu redor: o desabrochar de uma flor, o bater de asas de um inseto, a construção de um ninho de passarinho, a cultura de uma comunidade indígena, crianças brincando despreocupadamente. A vida nos dá exemplos de como ela pode ser bela e do quanto ela deve ser preservada.
  Ainda acha que não iremos conseguir? É, pode ser que sim, pode ser que não. Mas a visão do fracasso não deve diminuir nossa força. Acreditar em uma causa é fácil, e desistir também. O grande X da questão, que traz a real mudança, é que persistir é possível, mas poucas pessoas estão dispostas a isso. Nós estamos, e você?

Nenhum comentário:

Postar um comentário