A lição que emerge dessa tragédia ambiental é que o conceito de sustentabilidade, palavra da moda em organizações de todos os portes e segmentos de atuação, vai ser cobrado de forma muito mais efetiva. Para se dizerem sustentáveis, as empresas terão, cada vez mais, que cuidar de forma irrepreensível dos três pilares da sustentabilidade sendo de fato e não só no discurso:
1. economicamente viáveis;
2. socialmente justas; e
3. ecologicamente corretas.
Um “furo” em qualquer um desses princípios pode comprometer a própria sobrevivência da empresa, como a BP está comprovando na prática, com um prejuízo de bilhões de dólares e uma imagem devastada — talvez de forma irrecuperável — perante a opinião pública.
Sustentabilidade não pode ser apenas uma ferramenta de marketing, utilizada para passar uma imagem que não corresponde à realidade. Alguns documentos divulgados pela Comissão de Energia e Comércio do Congresso norte-americano apontam que a BP fez uso de uma série de “atalhos” para economizar dinheiro e ganhar tempo na operação da plataforma do Golfo do México, o que teria aumentado o risco de vazamentos. Ao mesmo tempo, investia significativamente na construção de uma imagem ousada do ponto de vista ambiental — com a adoção de novos slogan e logomarca, mais “verdes”. Sem a consistência das práticas, restou apenas, agora, uma imagem desmoralizada.
O triste recado do caso BP (que furou milhares de poços e corre o risco de desaparecer por causa de apenas um) para a gestão de todas as empresas é: quando se fala em sustentabilidade, é preciso inverter o ditado popular. Não basta, à mulher de César, parecer honesta. É preciso ser honesta.
Créditos: Revista Algo Mais (artigo da TGI Gestão).
- Postado por Raquel Lins -
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